segunda-feira, outubro 24, 2005

Ver (3) ... a Lua

A lua deve ser o astro mais fotografado, dado que o Sol apresenta algumas particularidades que referiremos numa próxima oportunidade (excesso de luminosidade, e talvez, menos interesse, excepto nos eclipses), e os outros planetas ou estrelas, mesmo os mais próximos, requererem focais e exposições muito grandes, o que normalmente não é compatível com o respectivo movimento aliado ao movimento da Terra.

Com exposições superiores a 5 segundos para uma objectiva de 100 mm ou 1 segundo para uma objectiva de 500 mm, ver-se-á o rasto do planeta ... Uma imagem nítida só é possível com dispositivos que sigam o movimento, como alguns telescópios possuem. É outra história ...

Um dos aspectos a considerar na fotografia da Lua é o tamanho que se pretende que o satélite da Terra tenha. O tamanho da lua é aproximadamente igual à distância focal da objectiva / 109, o que quer dizer que com uma máquina digital como a Canon EOS300D, que tem um factor multiplicativo de 1,6, e utilizando a objectiva standard na sua focal mais elevada, 55 mm, que corresponde de facto a 88 mm, obtemos uma imagem da Lua com 0,8 mm. É um pontinho ...


A Nazaré vista do Sítio, em 13 de Outubro de 2005 às 19h23 m,
cerca de 1/2 hora após o pôr do Sol
Canon EOS300D com EF-S 18-55 a 18 mm, 200 ASA, 1/6 s a f:3,5

Utilizando uma objectiva de 500 mm, equivalente a 800mm, obtemos uma lua com 7,3 mm, cerca de 1/2 da altura do sensor (que tem 22,7 x 15,1 mm). Já dá para ver qualquer coisa...

Na foto directa da lua, a exposição variará consoante a fase, sendo um bom valor de partida a 200 ASA e f:8, 1/250 (encontro normalmente a referência de, a f:11, usar a velocidade igual a 1/sensibilidade em ASA). Fazendo 5 exposições (1/60, 1/125, 1/250, 1/500 e 1/1000) acertaremos quase de certeza.

A lua em Lisboa a 23 de Março de 2005
Canon EOS300D com Tokina 500mm, 1600 ASA, 1/1000 a f:8

A luz da lua, especialmente da lua cheia, permite que sejam tiradas fotografias muito interessantes. Utilizando exposições longas, consegue-se ver o que o olho humano não consegue:


Vista do rio Douro junto à Barragem do Carrapatelo, em noite de lua cheia

(17 de Setembro de 2005, 22h)

Canon EOS300D com EF-S 18-55 a 41 mm, 800 ASA, 30 s a f:5,6


Ah é verdade, duas destas três fotografias foram tiradas com tripé: a segunda e a terceira. A primeira foi apoiada num candeeiro, o que como se vê não é a mesma coisa ... Use um tripé sempre que possa !

Uma curiosidade: umas vezes a lua parece maior que outras, mas de facto a lua é sempre vista da Terra com a mesma dimensão. A lua parecer maior quando está junto ao horizonte não passa de uma ilusão de óptica, dado que sendo comparada com edifícios ou árvores parece maior do que quando está rodeada apenas do negro do céu. Este facto pode ser comprovado fotografando as duas ocasiões: vai ver que no ficheiro a lua tem sempre o mesmo tamanho!


Referências:

http://home.hiwaay.net/~krcool/Astro/moon/howtophoto/

http://www.netaxs.com/~mhmyers/moon.tn.html

http://www.calphoto.com/moon.htm

http://www.danheller.com/moon.html#2

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

À parte das considerações técnicas, sobre as quais não tenho capacidade para
opinar, ADOREI a foto da lua na Nazaré :-) Para mim é a mais bonita das três
o que pode significar que um tripé não é sempre fundamental...

4:53 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

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7:42 da manhã  

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