quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Andar (7) ... na Serra do Buçaco

A Serra do Buçaco é uma zona vedada e muito vigiada, e tem sido poupada pelos incêndios de Verão. O ordenamento de uma zona como o Buçaco é um compromisso entre a manutenção da vegetação existente e a necessidade de limpeza dos matos, que a fazer-se sem método iria em grande medida descaracterizar a floresta.
Até mesmo as casas dos guardas florestais são especiais, no Buçaco
Não se conhece ao certo a história da mata em tempos mais longínquos. No séc. II foi provavelmente um refúgio para os primeiros cristãos. No séc. VI os Beneditos fundaram o seu mosteiro na Vacariça, povoação a 5 Km do Buçaco.

Em 1094 era já posse do bispo de Coimbra, que em 1628 a vendeu à ordem dos Carmelitas Descalços. O convento, ermidas, muros e caminhos foram por eles construídos, tendo também plantado e tratado as árvores da mata.

O Palace do Buçaco

Os monges Carmelitas encontraram nela uma grande diversidade de vegetação. As condições climáticas da região, nomeadamente a abundância de precipitação (1500mm/ano), favoreciam esta diversidade. Dada a sua cultura religiosa e a ligação à natureza os monges contribuíram de forma significativa para o aumento da diversidade existente, replantando e introduzindo novas espécies.

Os ciprestes e os cedros são bastante representativos na Mata e são exemplos marcantes da ligação a textos bíblicos (Os cedros e os ciprestes eram associados ao Líbano e ao Monte Sião, em Jerusalém ... As madeiras da Cruz são Cedros e Ciprestes).

O gigante Adamastor no painel de azulejos do Palace do Buçaco; se Luis de Camões fosse inglês, esta personagem chamar-se-ia, talvez, Adam Astor ... como o autor deste blogue !!!

Durante todo o período de ocupação do Buçaco pelos Carmelitas (de 1628 a 1834), além da plantação de espécies da região ou oriundas de regiões mais distantes, esta ordem religiosa preservou todo o património natural e foi construíndo o que, ainda hoje, constitui motivo de visita a este recanto da Serra do Buçaco.

Em 1810 ocorreu a batalha do Buçaco, onde os Portugueses e seus aliados Ingleses lutaram contra as tropas de Napoleão Bonaparte. Como memórias dessa batalha existem ainda hoje o Obelisco, o Museu e a Oliveira onde o Duque de Wellington amarrou o seu cavalo, perto do convento onde pernoitou.

Existem muitos percurso que se podem fazer

Em 1834 a mata passou a propriedade do estado, tendo sido então introduzidas muitas espécies novas. As cruzes foram trocadas por capelas no séc. XIX, com figuras em terracota, mostrando os vários passos da paixão de Cristo.

O que fazer na zona do Buçaco:
· andar pelos inúmeros caminhos na mata
· ir ao museu
· ir aos miradouros
· apreciar o hotel e os jardins
· ir almoçar ao Típico ou ao Manuel Júlio

Pode ver os circuitos pedestres em :
http://www.asterisco.com.pt/bucaco/circuitos/index.html

Estes percursos botânicos foram traçados tendo em vista proporcionar uma boa imagem da diversidade arbórea da Mata. Não é possível passar por todas as espécies, pois existem pelo menos 400 autóctones e 300 introduzidas.


Foram plantadas muitas espécies exóticas, como por exemplo estes fetos arbóreos

Existem na zona uma grande variedade de hotéis, dos quais devo referir os hotéis da Curia (Termas e Grande Hotel) , do Luso (Termas e Luso) e claro, o Hotel Palace do Buçaco (só para quem estiver endinheirado ...ou quiser comemorar uma data especial).

O Palace do Buçaço, antigo pavilhão de caça do Rei D. Carlos I, é uma obra-prima da arquitectura neo-manuelina (o seu autor, Luigi Manini, foi o mesmo da Quinta da Regaleira).

Vale pelo enquadramento, pelo conjunto, pelos quartos e salas 5 estrelas, pelo serviço ... pode pelo menos lá ir almoçar, embora a comida seja o menos especial de tudo ... tem é que beber sem dúvida o famoso vinho do Buçaco, forte e licoroso, e por isso com uma longevidade invulgar, especialmente nos vinhos brancos. Um branco com 5 anos parece vinho do Porto com 20 !

Tem por fora um conjunto espectacular de azulejos do início do século XX (1906) da autoria de Jorge Colaço, retratando cenas de Os Lusíadas, de Autos de Gil Vicente e da obra Menina e Moça de Bernardim Ribeiro.

Por curiosidade, uma fotografia de Luigi Manini

Ou então ... pense só no que seria tomar banho numa piscina cheia ... de água do Luso! Aí pode beber água à vontade ... Estes hóteis não são novos, mas estão em bom estado. E os preços são altamente convidativos, por exemplo € 30/noite para o Hotel do Luso e para reservas feitas pela internet.

Referências:

http://www.asterisco.com.pt/bucaco/arquitectura/palace.html

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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»

7:41 da manhã  

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