Andar (5) ... na névoa de Outono
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.
Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.
Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta.
Fernando Pessoa, 5-11-1932
3 Comments:
Lindo o poema...! Mas há algum problema com as fotografias, porque não as consigo visualizar
Very pretty design! Keep up the good work. Thanks.
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Super color scheme, I like it! Good job. Go on.
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