Andar (6) ... na Quinta da Regaleira
O célebre "Monteiro dos Milhões" nasceu no Rio de Janeiro em 1848, filho de pais portugueses, que cedo o trouxeram para Portugal. Licenciado em Leis pela Universidade de Coimbra, Monteiro foi um distinto coleccionador e bibliófilo, detentor de uma das mais raras camonianas portuguesas, homem de cultura que decerto influenciou, se não determinou mesmo, parte bastante razoável do misterioso programa iconográfico do palácio que construiu para si, nas faldas da serra de Sintra
Luigi Manini foi um arquitecto, pintor e cenógrafo (especializado em ópera) italiano. Entre outras obras em Portugal destaca-se o Palácio da Regaleira e o Palácio Hotel do Bussaco (que tenho que “ver” um dia ...). Manini veio para Portugal em 1876 para trabalhar no Real Teatro de São Carlos, onde veio a estar entre 1879 e 1895. Tinha trabalhado no La Scala de Milão e gozava de muito boa reputação no meio artístico.
A imaginação destas duas personalidades invulgares concebeu, por um lado, o somatório revivalista das mais variadas correntes artísticas - com particular destaque para o gótico, o manuelino e a renascença - e, por outro, a glorificação da história nacional influenciada pelas tradições míticas e esotéricas.
A Quinta da Regaleira é um lugar para se sentir. Não basta contar-lhe a memória, a paisagem, os mistérios. Torna-se necessário conhecê-la, contemplar a cenografia dos jardins e das edificações, admirar o Palácio dos Milhões, verdadeira mansão filosofal de inspiração alquímica, percorrer o parque exótico, sentir a espiritualidade cristã na Capela da Santíssima Trindade, que nos permite descermos à cripta onde se recorda com emoção o simbolismo e a presença do além.
Há ainda um fabuloso conjunto de torreões que nos oferecem paisagens deslumbrantes, recantos estranhos feitos de lenda e saudade, vivendas apalaçadas de gosto requintado, terraços dispostos para apreciação do mundo celeste.
A culminar a visita à Quinta da Regaleira, há que invocar a aventura dos cavaleiros Templários, ou os ideais dos mestres da maçonaria, para descer ao monumental poço iniciático por uma imensa escadaria em espiral. E, lá no fundo com os pés assentes numa estrela de oito pontas, é como se estivéssemos imerses no ventre da Terra-Mãe. Depois, só nos resta atravessar as trevas das grutas labirínticas, até ganharmos a luz, reflectida em lagos surpreendentes.
Informações úteis:
Até Fevereiro de 2006 será apenas possível visitar o 1º piso do palácio, uma vez que está a ser preparada uma Exposição sobre o arquitecto Luigi Manini.
A Quinta da Regaleira está aberta todo o ano. Abre todos os dias às 10h00 e fecha às 17h30 de Novembro a Janeiro, às 18h00 de Fevereiro a Abril e em Outubro. De Maio a Setembro fecha às 19h30.
O visitante pode optar por fazer a visita livre (5 euros) ou guiada (10 euros). A visita guiada, na minha opinião, vale mesmo a pena.
Referências:
http://www.cm-sintra.pt/Artigo.aspx?ID=2907
http://www.maconaria.net/regaleira.shtml
http://pt.wikipedia.org/wiki/Luigi_Manini
http://www.guiadacidade.pt/v3_index/artlazer/12112/Passeios/
5 Comments:
Olá Adam Astor,
Adorei as fotos da Quinta da Regaleira mas, se me permite uma opinião, faltam as legendas. Alguma delas mostra o azevinho?
Bom fim de semana!
Sua amiga Throw
Oooops ... penso que não fotografei o azevinho ... vou ter que lá voltar !
É realmente muito interessante a história da Quinta. Tenho de ir até lá ver todas estas maravilhas. Carvalho Monteiro deve ter sido um personagem interessantíssimo. Fico à espera do azevinho....
Sua amiga Throw
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