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O Corvo-marinho-de-faces-brancas (Phalacrocorax carbo) é uma ave de grande porte, esguia e de plumagem escura, invernante em Portugal, cujas áreas de reprodução se estendem desde as regiões árcticas até zonas sub-tropicais, embora as maiores concentrações se localizem em latitudes médias.
HABITAT
A sua área de distribuição em Portugal Continental, estende-se praticamente por todo o território, uma vez que ocorre em todos os planos de água que tenham peixe, quer na costa quer no interior.
Utiliza uma grande diversidade de habitats aquáticos dulcaquícolas, salobros e marinhos. Encontra-se em áreas costeiras ou estuarinas e, no interior do país, em pequenas ribeiras, barragens e açudes de dimensões muito variáveis; também em lagos, charcos, lagoas, pântanos, sapais e deltas.
Espécie gregária, passa grandes períodos em terra e descansa especialmente em posições expostas (frequentemente muitos em linha, parecendo uma fila de garrafas) em locais mais ou menos elevados nas margens rochosas, bancos de areia, restingas, árvores, troncos flutuantes, molhes e quebra-mares; normalmente perto de água e sem perturbações.
DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA
Em Portugal, os indivíduos são invernantes e migradores de passagem. A população tem vindo a crescer desde 1990 encontrando-se actualmente em estabilização. A população invernante no nosso país está estimada em cerca de 11.000 indivíduos.
O Estatuto de Conservação Global e Nacional é LC (Pouco preocupante).
FACTORES DE AMEAÇA
O Corvo-marinho-de-faces-brancas foi duramente perseguido por ser considerado um concorrente dos pescadores. Actualmente, o incremento da sua população deve-se à implementação de medidas de conservação e à expansão das pisciculturas.
O principal factor de ameaça poderá estar relacionado com o facto destas aves poderem tornar-se uma ameaça aos rendimentos da actividade piscícola (em particular das pisciculturas) e como tal, poderem voltar a ser perseguidas.
ALIMENTAÇÃO
A base da sua alimentação é peixe, que caça durante o dia, e em menor quantidade crustáceos (camarão e caranguejo), rãs, algumas aves aquáticas, patos juvenis e ratazanas.
Obtém o alimento enquanto nada debaixo de água, mergulhando a partir da superfície. Mergulha geralmente a pouca profundidade podendo, no entanto, atingir os 9 metros de profundidade.
REPRODUÇÃO
Não se reproduz em Portugal .
Na ETAR de Vale de Lobo - reparar no Cágado que descansa no lado direito
MOVIMENTOS
Consoante a população, os indivíduos podem ser migadores, migradores parciais ou dispersivos. Parte da população do Norte e Centro da Europa é migradora invernando na Península Ibérica e Norte África. Muitos dispersam-se pela orla costeira próximo dos locais de reprodução em locais ricos em peixe.
Em Portugal está presente desde finais de Agosto até meados de Abril. Os indivíduos invernantes no nosso país são oriundos da Europa Setentrional, Central e Ocidental. Nos Açores e na Madeira esta espécie é acidental.
CURIOSIDADES
O Corvo-marinho-de-faces-brancas pode ser utilizado na pesca. Na Ásia Oriental esta forma de pesca é ainda utilizada para fins turísiticos. É colocado um aro em redor do pescoço das aves de forma a impedir a ingestão das presas capturadas durante os mergulhos.
É facilmente observado entre Setembro e Abril ao longo de toda a orla costeira mas também em barragens e cursos de água no interior.
Os estuários do Minho, Sado, Tejo e a Ria Formosa constituem as áreas que albergam o maior número de indivíduos invernantes do nosso país. Eu costumo obervá-los em Lisboa, entre Santa Apolónia e a Expo, ou no Algarve, na Lagoa da Etar de Vale de Lobo. Mais raramente na Lagoa dos Salgados.