domingo, junho 11, 2006

Ver (19) ... o Galeirão


O Galeirão-comum Fulica atra tem plumagem preta, e bico e escudete frontal brancos.

É residente (pouco comum) e também invernante (comum) ao longo do litoral e na metade Sul do País, em pauis, açudes, lagoas costeiras e ... campos de golfe.

Tem um levantar curioso, pois corre na água para ganhar velocidade antes de levantar voo.

É omnivoro, mas principalmente herbívoro – e come matéria vegetal aquática e terrestre.

Quando na água, normalmente mergulha o corpo para obter alimento, deixando a cauda no ar, e outras vezes pode mergulhar totalmente.

Reproduz-se de Março a Julho, fazendo o ninho em zonas de água pouco profunda, onde em 2-3 posturas põe 5-15 ovos, que eclodem ao fim de 21-24 dias, estando as crias a voar ao fim de 55-60 dias.

As fotografias foram tiradas em Vilamoura e Vila Sol.


Grupo de galeirões no campo de golfe de Vila Sol


Galeirão na água em Vila Sol

Galeirões a comer ... relva


Ver (18) ... a Dactylorhiza caramulensis

Outro dia, passei de novo pela Serra de Montemuro, e no sítio exacto onde no passado mês de Março (Ver o arquivo (3) ... Retratos de 1975, retratos de 2005) tinha fotografado uma pastora, reparei que o prado estava repleto de umas flores que me pareceram, à distância ... orquídeas.

E eram mesmo, as primeiras orquídeas que fotografei fora das zonas calcáreas (o terreno em Montemuro é granítico, portanto ácido, ao contrário dos terrenos alcalinos das zonas calcáreas).

Também nas orquídeas, à semelhança do que se passa com a pega-azul da península Ibérica, existem pelo menos duas opiniões relativamente ao nome de certas espécies... esta que fotografei, para uns autores, será a Dactylorhiza maculata ssp. caramulensis (para a equipa luso-espanhola da Flora Iberica, por exemplo), e para outros, como Daniel Tyteca (para mim, o “especialista”), será simplesmente Dactylorhiza caramulensis.

As orquídeas do género Dactylorhiza são “parecidas” com as Orchis ... (Ver (16) ... as Orchis), embora as diferenças sejam patentes nas macro-fotografias apresentadas (300D + EF 17-40 L + tubos extensão Canon)










sábado, junho 03, 2006

Andar (13) ... numa levada na Madeira

O sistema de irrigação da ilha da Madeira é actualmente composto por uns impressionantes 2150 km de canais, incluindo 40km de túneis - e o trabalho iniciou-se há séculos atrás, logo a seguir à descoberta em 1420.

As levadas são uma obra extraordinária de engenho ... e de engenharia. São hoje em dia claramente uma atracção para o turismo da Madeira.

Os primeiros povoadores da Madeira começaram a cultivar as encostas mais baixas do sul da ilha, cortando poios (socalcos). As primeiras levadas foram construídas, por vezes com recurso a trabalhadores escravos ou condenados, para transporte da água das nascentes mais acima nas encostas dos montes até às suas terras.

As nuvens arrastadas para a ilha pelos ventos predominantes de nordeste são apanhadas pela cadeia montanhosa central, chegando a cair 2 metros de chuva por ano, no norte, enquanto que na costa meridional o tempo seco pode durar até seis meses.

Na realidade, a ilha é um enorme reservatório de água, retendo até um máximo de 200 milhões de metros cúbicos de água. A chuva infiltra-se pelas cinzas vulcânicas e porosas, até encontrar camadas de argila basáltica, bastante impermeável. Aqui, a água irrompe novamente em nascentes e, quando não canalizada, desce livremente, como sempre o fez durante séculos, por incontáveis ravinas até chegar ao mar.


Algumas levadas intersectam estradas e têm áreas de picnic


A água das levadas é sempre limpíssima

As levadas atravessam pinhais ...



... zonas de floresta laurissilva ...



... e até eucaliptais ...



Também há incêndios, na Madeira ...


Fazer uma levada sem apanhar chuva, nem tem piada ....


Encontram-se quase sempre caminhantes nas levadas – mas um bom princípio é nunca ir sózinho ...


As levadas requerem manutenção, para manter as bermas caminháveis. Se o tronco do pinheiro que abateu não tivesse sido cortado, era complicado passar ...






A seguir à chuva - o arco-íris